quarta-feira, 14 de março de 2018


ATENTEM NESTE MAIL ENVIADO PELO MANEL AUGUSTO, E VEJAM SE NÃO                LHES ACODE À IDEIA AS NOSSAS SOCIEDADES (ARTÍSTICA E MÚSICA)
Este mail recorda, com saudade, a minha juventude.

Na “minha Lisboa", lá para os lados da Graça,todos os bairros tinham a sua agremiação popular, ponto de encontro da gente desse bairro, onde os homens jogavam o bilhar, a bisca-lambida, a sueca,as damas e, por vezes, jogavam à bofetada, zaragatas que geralmente tinham origem em mal-entendido, esgrimir de olhares com uma das meninas bonitas a cheirar a “Madeiras do Oriente” de contrabando, já “apalavrada” com um Tony Curtiss “muito-homem”, dado lutas pelas honras, a dela e a dele.
Não havia associação sem salão de baile, com as dimensões que refletiam o poder económico local.
Aí sim! Valia a pena apreciar os bailarinos, um tanto mais mancos que o Fred Astaire do mail, mas faziam o que podiam. Bem hajam!
De uma forma quase religiosa, aos sábados à noite havia baile abrilhantado pela música arranhada expelida pelo “picape” onde rodavam os entontecidos e ondeados LP em vinil. O Fausto Pappety de saxofone roufenho...
Muito importante nisto tudo, era a presença das mãezinhas sentadas nas cadeiras desengonçadas que, alinhadas ao longo das paredes, eram ocupadas por elas. Era a guarda avançada da virtude das meninas, qual brigada de intervenção imediata...
Quando lhes chegava-a-mostarda-ao-nariz, levantavam-se, apontavam o dedo aos maridos e disparavam :
“alça o rabinho que vamos embora para casa. Tu já tás bêbado, e anda um flausino a rondar de perto a nossa Vanessa”. Virava o canhão para a Vanessinha (de saia rodada de pregas miudinhas, aos quadradinhos escoceses) e saía outro projétil de grosso calibre.”pára lá de fazer olhinhos para aquele artista a escorrer brilhantina, “caquilo” não é homem
não é nada: é só pechisbeque!”.
E lá iam porta fora, todos as refilar em circuito fechado!
Era assim......




2 comentários:

Anónimo disse...



OBS.

A unica grande diferença que aqui vejo, é que as Meninas do Alandroal,

eram, em média, muito mais bonitas.E com as Modistas que havia na Vila,

certamente se vestiam com outra graça e outros atraentes ademanes

femininos.

Acrescente-se ainda que, na sua essência, estes "jogos de amor" onde ao

fim e ao cabo todos participavam ( filhas,mães, pais e, claro, os

jovens Conquistadores) tinham tanto de real ( ou de ritual encantatório)

quanto faziam parte de um mundo cheio de "fadas,fados e fadários" que

convertiam aquelas musicas e danças de domingo à tarde, numa onda larga

de libertinas liberdades.

O que o M.A. acha (e bem) é que tudo isto deve ser recordado como uma das

mais belas festas da vida daqueles seus tempos de jovem engatado e

engatatão. Foi assim, ou não foi assim? Andavas à chuva sem te molhar?

Dá para acreditar nessas agora invocadas purezas ocultas?



Saudações


ANB

Anónimo disse...

Caro AMIGO ANBerbem !!! Pois eu, tal como tantos outros, mais não fiz, do que seguir e tentar imitar aqueles que a nossa frente andavam !! Se nos davam maus ou bons exemplos, nesses tempos não nos preocupavam-mos muito com isso, queriamos acima de tudo, sentir que estávamos já adultos, embora nos faltasse muita tarimba para tal !!!! Como te deves recordar, aqueles celebres bailes eram a nossa oportunidade para umas mexidelas mais caridosas, pois nos outros tempos, namorávamos de janela....Era um tanto ou quanto, decepcionante !!! Enfim, era o que se podia, muito embora, não tenho razão de queixa de nenhum dos meus hipotéticos SOGROS !!! De algumas das minhas temporárias namoradas, só tenho a dizer....Bem Hajam !!!!! Seja como for, é belíssimo que por aqui andemos, recordando velhos tempos !!!! E por aqui me fico, um abraço !!!