quinta-feira, 5 de maio de 2016

CINE CLUBE DOMINGOS MARIA PEÇAS

           Homenagem do Al Tejo a Domingos Maria Peças

                        ( hoje a cargo do Rufino Casablanca)
                                       CICLO "CASAIS DO CINEMA"

                                           Federico e Giulietta “O Casal Mágico”


1.º
Título Original: “La Strada
Título Português: “A Estrada”
Idioma: Italiano
Produção: Dino di Laurentis e Carlo Ponti
Argumento: Federico Fellini e Tulio Pinelli
Música: Nino Rota
Realização: Federico Fellini
Intérpretes: Anthony Quinn, Giulietta Masina, Richard Basehart, Aldo Silvani….
(Os produtores deste filme: Dino di Laurentis e Carlo Ponti, também constituiram “casais mágicos”, respectivamente com Silvana Mangano e Sofia Loren. Se as insónias persistirem, e as noites continuarem longas, talvez lhe dediquemos algumas linhas.)
2.ª
Título Original: “Le Notti di Cabiria”
Título Português: “As Noites de Cabíria”
Produção: di Laurentis
Idioma: Italiano
Argumento: Federico Fellini, Piero Paolo Pasolini e Tulio Pineli
Realização: Federico Fellini
Intérpretes: Giulietta Masina, Amedeo Nazzari, François Périer…..

                                                            Algumas linhas para A Estrada:


O cenário que marca todo o filme é um circo. Melhor, um grupo de saltimbancos. Um daqueles grupos de saltimbancos que quem viveu no Alandroal lá pelos anos cinquenta se habituou a ver quando acampavam ali pelos arrequizes. Anthony Quinn é um fortalhaço que rebenta correntes de ferro como quem come papossecos. E Gelsomina (Giulieta Masina) é a sua assistente. Mas não são parceiros de pista. Ela pertence-lhe. Ele tinha-a comprado à família. Exactamente, tinha-a comprado por não sei quantas liras. Ele considerava-a sua propriedade. Assim, quando Gelsomina se apaixona por um trapezista, calculem o pé-de-vento que se armou naquele circo. É que Zampano (Anthony Quinn) também estava apaixonado por Gelsomina. E quando os ciúmes vieram ao de cima! Bom! bom!… anda cá trapezista!
Uma história como só o Fellini sabia contar.


                                             E agora outras tantas linhas para “As Noites de Cabíria

Cabíria é nome de mulher. De mulher da noite. É o nome de uma prostituta. Prostituta magistralmente interpretada por Giulietta Masina. Federico, que como todos sabemos, não era piegas a fazer cinema, bem pelo contrário, desta vez dá-nos o retrato de uma mulher bondosa, sentimentalona, envergonhada da profissão que exerce, explorada e abusada por tudo quanto é homem que se atravessa no seu caminho. Mas não se pense que se vai abaixo. A cada queda corrresponde um reerguer para, de novo, lutar pela vida e pela dignidade. Apesar do ambiente algo deprimente, este é um dos filmes mais optimistas de Federico Fellini.
Ao rever o filme, aqui há uns dias, encontrei uma certa analogia entre a Cabíria do Fellini e a “Amélia dos Olhos Doces”, aquela magnífica criação do Carlos Mendes.
O Óscar para o melhor filme estrangeiro, foi o que o Fellini ganhou com as “Noites de Cabíria”. A Giulietta foi “só” considerada a melhor actriz no Festival de Cinema de Veneza. E assim ia o cinema italiano lá por 1957.

Rufino Casablanca.       Terena – Monte do Meio – 1995            


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