Homenagem do Al Tejo a
Domingos Maria Peças
( hoje a cargo do Rufino
Casablanca)
CICLO "CASAIS DO CINEMA"
Federico e Giulietta “O Casal Mágico”
1.º
Título Original: “La Strada ”
Título Português: “A Estrada”
Idioma: Italiano
Produção: Dino di Laurentis e Carlo Ponti
Argumento: Federico Fellini e Tulio Pinelli
Música: Nino Rota
Realização: Federico Fellini
Intérpretes: Anthony Quinn, Giulietta Masina, Richard
Basehart, Aldo Silvani….
(Os produtores deste filme: Dino di Laurentis e Carlo Ponti,
também constituiram “casais mágicos”, respectivamente com Silvana Mangano e
Sofia Loren. Se as insónias persistirem, e as noites continuarem longas, talvez
lhe dediquemos algumas linhas.)
2.ª
Título Original: “Le Notti di Cabiria”
Título Português: “As Noites de Cabíria”
Produção: di Laurentis
Idioma: Italiano
Argumento: Federico Fellini, Piero Paolo Pasolini e Tulio Pineli
Realização: Federico Fellini
Intérpretes: Giulietta Masina, Amedeo Nazzari, François
Périer…..
Algumas linhas para “A Estrada”:
O cenário que marca todo o filme é um circo. Melhor, um
grupo de saltimbancos. Um daqueles grupos de saltimbancos que quem viveu no
Alandroal lá pelos anos cinquenta se habituou a ver quando acampavam ali pelos
arrequizes. Anthony Quinn é um fortalhaço que rebenta correntes de ferro como
quem come papossecos. E Gelsomina (Giulieta Masina) é a sua assistente. Mas não
são parceiros de pista. Ela pertence-lhe. Ele tinha-a comprado à família.
Exactamente, tinha-a comprado por não sei quantas liras. Ele considerava-a sua
propriedade. Assim, quando Gelsomina se apaixona por um trapezista, calculem o
pé-de-vento que se armou naquele circo. É que Zampano (Anthony Quinn) também
estava apaixonado por Gelsomina. E quando os ciúmes vieram ao de cima! Bom!
bom!… anda cá trapezista!
Uma história como só o Fellini sabia contar.
E agora outras tantas linhas para “As Noites de Cabíria”
Cabíria é nome de mulher. De mulher da noite. É o nome de
uma prostituta. Prostituta magistralmente interpretada por Giulietta Masina.
Federico, que como todos sabemos, não era piegas a fazer cinema, bem pelo
contrário, desta vez dá-nos o retrato de uma mulher bondosa, sentimentalona,
envergonhada da profissão que exerce, explorada e abusada por tudo quanto é
homem que se atravessa no seu caminho. Mas não se pense que se vai abaixo. A
cada queda corrresponde um reerguer para, de novo, lutar pela vida e pela dignidade.
Apesar do ambiente algo deprimente, este é um dos filmes mais optimistas de
Federico Fellini.
Ao rever o filme, aqui há uns dias, encontrei uma certa
analogia entre a Cabíria do Fellini e a “Amélia dos Olhos Doces”, aquela
magnífica criação do Carlos Mendes.
O Óscar para o melhor filme estrangeiro, foi o que o Fellini
ganhou com as “Noites de Cabíria”. A Giulietta foi “só” considerada a melhor
actriz no Festival de Cinema de Veneza. E assim ia o cinema italiano lá por
1957.
Rufino Casablanca. Terena –
Monte do Meio – 1995
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