Quinta, 18 Setembro 2014 09:35
Nas últimas eleições para o parlamento
europeu, o MPT obteve um resultado histórico à conta do mediatismo e do
discurso populista do seu cabeça de lista.
O resultado foi tão surpreendente que até o segundo da
lista acabou por ser também eleito para Bruxelas.
Todos ficámos a perceber que foi o
candidato que escolheu o partido, como barriga de aluguer das suas ambições
pessoais.
Ainda os foguetes se ouviam e as canas
não tinham caído ao chão e já o recém eleito “homem providencial”, de quem não
se conhecia uma ideia ou proposta, admitia que poderia ser candidato à
Assembleia da República, à Presidência da República ou à mesmo administração do
condomínio.
Depois das peripécias acerca de que
grupo político deveria integrar, o grande moralizador da política, o homem que
diz as verdades todas, abandonou a barriga de aluguer, que usou no seu
interesse pessoal, descobrindo-lhe fragilidades inimagináveis.
Diz o grande combatente, entre outras
coisas, que o MPT é um partido “fechado para cinco pessoas” o que é
surpreendente para alguém que provavelmente achava que tal partido era um
grande partido de massas com implantação nacional.
Concluindo este processo de afastamento
o dito cujo já anunciou que irá criar um novo partido para concorrer à
Assembleia da República, deduzindo eu que a um partido fechado para cinco
pessoas prefira um partido criado para uma pessoa só.
Poder-se-ia pensar que sendo um partido
criado à sua imagem pelo menos não haveria lutas fratricidas e estaria
garantida a coerência da linha política a seguir, mas depois de ler e ouvir as
declarações do futuro líder, ideólogo e organizador, percebe-se que as lutas
internas vão ser terríveis.
Embora ainda esteja a escrever a
declaração de princípios do seu próprio partido, já sabe que quer seguir uma
ideia que atribui a Margaret Thatcher de “voltar à base da república e do
republicanismo” mas “com um conteúdo progressista”.
Por outro lado afirma-se como um homem
de esquerda e admite fazer entendimentos “menos formais” com o PS, o PSD e o
PCP, excluindo o CDS “porque é um partido muito instável, populista e
sensacionalista”, ou seja, deduzo eu, por ser um concorrente direto na postura
e na linguagem.
Assume então como a grande ideia
fundadora “o combate ao medo”, embora não especifique a que medo em particular
se refere.
Tudo isto seria motivo de riso, se a
desesperança, para onde os partidos que nos governaram durante mais de três
décadas nos atiraram, não criasse a perigosa oportunidade do aparecimento de
caudilhos de verbo fácil capazes de juntar no mesmo saco o número de votos
suficientes para determinarem políticas concretas com consequências concretas.
Já vimos este filme aqui e noutras
latitudes com as trágicas consequências que são conhecidas. É gente para levar
a sério.
Até para a semana
Eduardo Luciano
3 comentários:
Se posso acrescentar, acrescento: Este é mais um daqueles QUE NUNCA ME ENGANOU, como por cá sempre ouvimos dizer e, até à data, ainda bate certo.
Atentos ao gajo!!!
Compadre
Marinho = aos outros. Quer é taxo e €€€
Vá-se catar
Até os amigos que mandam bocas querem tacho.
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